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sexta-feira, 30 de outubro de 2015
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
segunda-feira, 25 de maio de 2015
HISTÓRIA DA IGREJA ADVENTISTA
As raízes históricas da Igreja Adventista do Sétimo Dia se originam na Bíblia, a Palavra de Deus, percorrendo a vida de patriarcas, profetas e reis que foram representantes de Deus durante os períodos do Antigo e Novo Testamento.
O relato bíblico mostra que, “vindo a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho ao mundo” (Gálatas 4:4) para trazer luz e a esperança de vida eterna. Com o propósito de revelar a glória de Deus, Jesus, veio fundar o cristianismo que durante sua história enfrentou inúmeras provas e desafios: A Igreja Cristã foi perseguida, muitos cristãos foram martirizados e a Verdade da Palavra de Deus foi mudada. Os Adventistas do Sétimo Dia creem que foram chamados por Deus para resgatar e levar ao mundo o conhecimento pleno da Verdade revelada na Palavra de Deus.
Gilherme Miller
Sua origem histórica está ligada a uma série de fenômenos relacionados ao cumprimento de profecias bíblicas que apontam para o desfecho da história da humanidade. No final do século 18, e início do século 19, diversos estudiosos cristãos passaram a estudar diversos fenômenos naturais e político-sociais, tais como: (a) O grande terremoto de Lisboa em 01 de novembro de 1755; (b) O escurecimento do sol e da lua observado na parte leste do continente americano em 19 de maio de 1780, o qual ficou conhecido entre os americanos como o [Dark Day] “Dia Escuro”; (c) A Revolução Francesa, e a intervenção napoleônica no pontificado de Pio VI, pelo General Berthier em 10 de fevereiro de 1798 (Maxwell, 1951, p.66); (d) A chuva de meteoros observada no hemisfério ocidental em 15 de novembro de 1833.
Dentre os pioneiros adventistas destaca-se a liderança de Tiago White que nasceu no dia 04 de agosto de 1821, em Palmyra, Maine, EUA. Seu notável talento como organizador, administrador e editor fez dele o pioneiro de muitas das instituições adventistas. Seis anos mais tarde, em 26 de novembro de 1827, nasceu Ellen Gould Harmon, na cidade de Gorham, Maine, EUA.
Em 14 de agosto de 1831, surge um pregador em Dresden, Nova Iorque, que marcaria fortemente a vida de Ellen, Tiago White e mais 100 mil pessoas nos Estados Unidos. Guilherme Miller, um fazendeiro e juiz de paz, que pelo seu estudo sistemático da Bíblia, chegara à conclusão de que Cristo retornaria a Terra por volta de 1843.
Sua pregação baseava-se na interpretação da profecia de Daniel 8:14 e nas evidências bíblicas quanto ao retorno de Jesus Cristo. Muitos americanos presenciariam esses sinais, sobretudo, nos dias 12 e 13 de novembro de 1833, quando uma chuva de meteoros caiu sobre os céus dos Estados Unidos. Os mileritas relacionaram tal evento com as predições feitas por Cristo e pelo profeta João no livro de Apocalipse.
Por volta do ano de 1836, Ellen Harmon sofreu um acidente em um desentendimento entre crianças a qual a impediria de freqüentar a escola e desenvolver atividades regulares. Uma colega atingiu seu rosto com uma pedra, quebrando seu nariz. A fratura a deixou três semanas inconsciente, desacreditada de recuperação pelos próprios médicos. Como resultado, Ellen Harmon cresceu com sérias debilidades físicas, porém, sua espiritualidade, manteve-se firme.
Em março de 1840, Guilherme Miller pregou na cidade de Portland, estado do Maine, onde sua família residia. Ao ouvir o conteúdo da pregação de Miller, ela e sua família aceitaram a mensagem quanto ao breve retorno de Cristo.
Dois anos mais tarde, houve a primeira manifestação do espírito de profecia entre os mileritas. William Foy, pastor negro batista, recebeu a primeira de suas duas visões em 18 de janeiro de 1842. O conteúdo referia-se ao Céu e a proximidade do julgamento. No entanto, Foy relutou em testemunhar suas mensagens devido ao clima racial da época.
A pregação de Miller impressionou diversos corações. Ellen Harmon estava entre estes e, como demonstração de sua fé, foi batizada na Igreja Metodista em 26 de junho de 1842. Nesse mesmo ano, Tiago White iniciou sua pregação sobre a volta de Jesus.
Embora o movimento milerita fosse composto por membros de diversas igrejas, muitos rejeitaram sua mensagem. No entanto, as verdades expostas pelos mileritas alcançaram o coração da família Harmon, e assim, em setembro de 1843, deixaram a Igreja Metodista.
Por outro lado, congregações inteiras uniram-se na esperança do advento. Uma dessas foi a Igreja de Washington, New Hampshire, que era liderada pelo Pr. Frederick Wheeler. No início de 1844, esta se tornou a primeira Igreja Adventista a guardar o sábado por influência de Raquel Oaks.
Com base nos cálculos das profecias bíblicas, Samuel Snow conclui que o retorno de Jesus ocorreria no dia 22 de outubro de 1844. Dias antes dessa data, Hazen Foss recebeu uma visão onde viu os mileritas caminhando rumo à Terra Prometida. No entanto, Foss rejeitou o chamado de Deus e quando tentou relatar sua experiência sentiu que o Espírito Santo o havia deixado.
Cerca de 100 mil pessoas aguardavam em suas casas, reunidos em bosques, esperando Cristo aparecer entre as nuvens do céu. Essa data entrou para a história como o dia do “Grande Desapontamento”. No dia seguinte ao desapontamento, Deus consolou o grupo de crentes dando a Hiram Edson uma resposta sobre o que realmente acontecera. Em um vislumbre, viu a Cristo entrando no lugar santíssimo do Santuário Celestial e não retornando a Terra. Logo após esse evento, na companhia de F. B. Hahn e O. R. L. Crosier aplicaram-se a estudar a Bíblia e logo obtiveram a compreensão quanto aos fatos ocorridos naquela data.
Outras mensagens provenientes de Deus trouxeram conforto aos desalentados mileritas. Em dezembro de 1844, Ellen Harmon recebeu sua primeira visão onde viu o povo do advento marchando por um caminho estreito rumo à terra prometida. Tal visão deu início ao seu ministério profético que se estendeu por setenta anos.
Ellen White
Em fevereiro de 1845, Ellen Harmon recebeu uma visão que confirmaria a experiência de Hiram Edson sobre a entrada de Jesus no lugar santíssimo do Santuário Celestial no dia 22 de outubro de 1844. Ambas as visões proveram consolo aos crentes que sofreram a grande decepção.
Em agosto de 1846, Tiago White e Ellen Harmon se casaram e neste mesmo ano abraçaram a mensagem do sábado conforme o 4º mandamento. Dois anos depois, Ellen White recebeu duas importantes visões: (a) visão sobre a obra de publicações onde viu os raios de luz a circundar a terra, e (b) a primeira visão sobre saúde onde Deus lhe revelou alguns princípios que ela deveria eliminar o consumo do chá, tabaco e café.
Logo em 1852, os adventistas sabatistas compraram um prelo para publicar os primeiros panfletos e revistas. No ano seguinte, em 1853 foi organizada a primeira Escola Sabatina entre os pioneiros adventistas. Em 1858, Ellen White recebeu uma revelação que ficou conhecida como a visão do “Grande Conflito” onde Deus lhe mostrou a história cósmica do plano da redenção.
Durante o ano de 1860, ocorreram dois importantes fatos na Igreja Adventista do Sétimo Dia: (a) Foi organizada a Associação de Publicações Adventista, e (b) Foi designado um nome oficial para o movimento – Igreja Adventista do Sétimo Dia. Após estes dois episódios a Igreja passou a criar núcleos administrativos a fim de organizar o trabalho de crescimento de suas igrejas. Desta forma, em 06 de outubro de 1861, foi organizada a primeira sede que passou a ser conhecida como a Conferência de Michigan.
Em maio de 1863 foi estabelecida a Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia e John Byington foi nomeado seu primeiro presidente. Nesse mesmo ano, na cidade de Otsego, NY, Ellen White recebeu a mais importante visão sobre saúde, onde Deus lhe revelou importantes princípios relacionados a essa área. Três anos mais tarde em setembro de 1866, a IASD abriu sua primeira instituição de atendimento ao público, que se tornou conhecida como o “Instituto Ocidental da Reforma de Saúde”.
Ao longo de sua história os pioneiros adventistas relutaram em abrir escolas. O pensamento que possuíam estava sempre focado na volta do Senhor Jesus. No entanto em 1872, Deus comunicou uma visão a Ellen White na qual foram revelados amplos princípios de educação os quais deveriam ser aplicados numa escola. Sendo assim, em 03 de junho de 1872, foi aberta a primeira escola adventista na cidade de Battle Creek, Michigan. Dois anos depois em 1874, a IASD fundou sua primeira instituição de ensino superior, o Battle Creek College. Neste mesmo ano, John N. Andrews foi enviado a Europa como o primeiro missionário além mar da IASD. No ano seguinte, em 1875, foi fundada na cidade de São Francisco, CA a segunda editora da IASD nos EUA, a Pacific Press Publishing Association.
Um dos mais duros desafios que a família White enfrentou em sua jornada foi a perda de Tiago White em 06 de agosto de 1881. Homem dedicado e fiel esposo, pai e servidor, morreu cedo aos 61 anos de idade. No entanto a IASD deveria continuar avançando em sua trajetória. Em abril de 1882, Urias Smith um dos mais promissores pioneiros da IASD lançou o livro “As profecias de Daniel e Apocalipse”.
No ano de 1888, ocorreu na cidade de Minneapolis um dos mais importantes eventos da História do adventismo, a Assembléia da Associação Geral. Neste evento foram discutidos importantes assuntos que contribuíram para o avanço da IASD e, sobretudo, quanto ao cumprimento de sua missão. O principal tema ali discutido foi a Justificação pela Fé em Cristo Jesus. As principais mensagens foram apresentadas pelo Pr. Urias Smith e pelos jovens Ellet Waggoner e Alonzo Jones.
Ao vislumbrar os desafios evangelísticos em outros continentes, a liderança da IASD decidiu enviar missionários para alcançar os povos em áreas remotas da terra. Em 20 de outubro de 1890, foi enviado o Pr. John Tay para a Ilha de Pitcairn no Sul do Pacífico.
Com o propósito de solidificar a obra no continente da Oceania, Ellen G. White foi enviada a Austrália em 12 de novembro de 1891. Durante nove anos, atuou de forma intensa como uma serva fiel ajudando a fundar a estruturar a obra educacional e de saúde.
Em 1892, foi publicado um dos mais importantes livros escritos por Ellen G. White – “Caminho a Cristo” que se tornou a obra mais difundida de seu acervo. Atualmente, traduzida em mais e 160 línguas e dialetos.
No mês de julho de 1894, o Pr. Edson White, filho de Ellen White iniciou um projeto missionário junto aos negros do Sul dos EUA. Numa embarcação a vapor chamada “Morning Star” ele imprimia materiais e também alfabetizava alunos.
Ao regressar da Austrália 1900, Ellen White adquiriu uma propriedade em Elmshaven estado da Califórnia, local este em que era passaria seus últimos anos de vida. Em 1901, participou da Assembléia da Associação Geral da IASD em Battle Creek, MI. Neste evento, sob a orientação divina, ela apresentou aos líderes a necessidade de uma reorganização estrutural no sistema administrativo da IASD.
Neste mesmo ano, ela reforçou a idéia de que a liderança a IASD deveria descentralizar-se, saindo de Battle Creek em direção a outras áreas geográficas do país. Com meses de antecedência, Deus lhe mostrou em visão a cena do Sanatório e a Casa Editora sendo destruídas. Tais fatos se cumpriram conforme a visão a ela revelada.
Em 1903, foi lançado o manual da educação cristão adventista, o clássico “Educação”, manual de consultas para todo educador cristão. No ano seguinte, Ellen G. White teve que enfrentar uma forte heresia que surgiu a partir da publicação do livro “The Living Temple” de autoria do Dr. Kellogg. Tal obra defendia as idéias panteístas que vieram confundir muitos adventistas levando-os a apostasia juntamente com o Dr. Kellogg.
Com 82 anos de idade, em abril de 1909, Ellen White fez sua última viagem a trabalho para a costa leste. Nesta ocasião, de acordo com a luz que havia recebido, ela orientou aos líderes da Igreja para que estabelecessem uma escola bem equipada, que preparasse seus alunos para o exercício legal da medicina e que estivesse oficialmente reconhecida junto ao governo.
Em 1911, após 23 anos de seu lançamento, o livro “O Grande Conflito” foi revisado a fim de aprimorar o seu conteúdo. A versão revisada é aquela que circula até os dias de hoje. Em 09 de fevereiro de 1912, Ellen White preparou um testamento onde designou o estabelecimento de um comitê de depositários dos seus escritos que era composto por cinco pessoas tendo o seu filho como diretor.
Em maio de 1913, proferiu sua última mensagem aos líderes da IASD por ocasião da Associação Geral da IASD que ocorreu na cidade de Washington DC. Após este evento, ela dedicou a maior parte do tempo na edição de seus escritos. No dia 03 de março de 1915, ela recebeu a última visão onde Deus lhe revelou a importância de se preparar novos livros e materiais para os jovens. Era do desejo de Deus que os jovens pudessem ter uma visão mais clara sobre a justificação pela fé e a perfeição do caráter a fim de prepará-los para a vida eterna.
Após uma queda em 13 de fevereiro de 1915, sua saúde se deteriorou levando-a a um estado de fraqueza intensa. E assim, numa sexta-feira a tarde do dia 16 de julho de 1915, ela morreu na paz do Senhor. Sua últimas palavras foram “eu sei em quem eu creio”. Por ocasião de sua morte, haviam sido publicados 24 livros.
Quando tratamos da história da Igreja Adventista do Sétimo Dia, é evidente a necessidade de profundo estudo das raízes do seu desenvolvimento, não só pelo fato de firmar sua identidade singular, mas também por vivificar a magnífica esperança futura do grande advento.
O percurso que os pioneiros da fé adventista passaram remete-nos não somente aos fatos em si, mas ao sentido disposto nestes. Pois, ao transcendermos o plano terreno dos acontecimentos, vemos revelado Aquele que conduz a História, Jesus Cristo. E aí realmente encontramos o sentido da vida individual, visto que nos descobrimos participantes de uma realidade mais ampla.
Ao recapitular a nossa história passada, havendo percorrido todos os passos de nosso progresso até ao nosso estado atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Quando vejo o que Deus tem executado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado.” Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 162.
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